sábado, 23 de julho de 2011

eu descanso

eu descanso. para melhor aproveitar os cerca de dois terços da minha existência que pretendo passar na mais deliciosa vertigem, o um terço que me resta será dedicado ao descanso. a olhar folhas caídas e a mirar olhos quietamente. a espichar num grande bocejo e a sossegar estralando os ossos. a estar paciente diante da volta de mim à terra. é bonito serem terra. é bonito. comemos comida que veio da terra. mas você também veio da terra. e os carros e os gases também vieram da terra. nada vem do nada. achou-se mercúrio numa jazida. e petroleo e carbono e ferro e estanho e cobre. aí faz tudo com isso. eu amo. eu sou borbulhas de tesão em estado líquido. eu estou aqui.

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